segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Copa 2014: Beto Mansur defende estudos para atrair navios de turismo


Se a Copa do Mundo fosse este ano, e não em 2014, uma dica que eu daria para os turistas estrangeiros que quisessem vir ao Brasil seria: não se esqueçam do saco de dormir e da barraca de camping. Estou exagerando? Acho que não. Os próprios hoteleiros do país já disseram recentemente em um encontro na capital paulista que o País não tem leitos suficientes para atender a demanda que se espera para o maior evento do futebol mundial.

No nosso estado de São Paulo, apenas os paulistanos, com seus 33 mil leitos disponíveis, não precisariam fazer investimentos em acomodações para os torcedores da Copa. Isso quer dizer que as cidades do litoral, destinos turísticos já confirmados, estão na “lista” dos que precisam investir.

Em minha opinião, o problema da hospedagem pode ser resolvido com duas ações. A primeira é óbvia. Precisamos de mais hotéis, pousadas e flats. Segundo o site do Santos e Região Convention & Visitors Bureau, entidade sem fins lucrativos voltada ao turismo de negócios e lazer, os nove municípios da região metropolitana da baixada santista têm 18 mil leitos disponíveis, número insuficiente para atender a demanda da Copa se a expectativa do Governo Federal se confirmar. Há dois meses, o site do Ministério das Relações Exteriores apostava na vinda de 600 mil turistas estrangeiros e na movimentação de dois milhões de turistas brasileiros em julho de 2012.

Santos é uma cidade que já está investindo na ampliação das ofertas de leitos, mas os números são tímidos diante das necessidades da Copa. Até 2011 o município deve ganhar 1.800 novas acomodações, totalizando 3.800 leitos. A projeção leva em consideração a conclusão de empreendimentos ainda em projeto e de obras em andamento.

A segunda ação para minimizar os problemas de hospedagem seria incentivar a vinda dos transatlânticos turísticos. Como se sabe, cada embarcação como esta é capaz de acomodar 2 mil, 3 mil e até 6 mil passageiros. A questão é que o mês da Copa coincide com a alta temporada dos cruzeiros nos Estados Unidos e Europa e já se fala na falta de disposição dos operadores em mudar suas rotas para o hemisfério sul. Ontem mesmo li uma entrevista com o presidente da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos, Ricardo Amaral, que falava dos possíveis prejuízos dos operadores de cruzeiros. Segundo Ricardo, o Governo precisa “flexibilizar as questões tributárias e de vistos de tripulantes” se quiser que as empresas estudem a possibilidade de trazer navios ao Brasil durante a Copa.

Não sei até que ponto o chamado “custo Brasil” pode influenciar na decisão dos operadores, mas de uma coisa tenho certeza: é preciso estudar essa questão o mais rapidamente possível. Como 2014 já está batendo à nossa porta, se os transatlânticos não vierem, temos que ter um plano B. A baixada santista já tem problemas demais com mobilidade (teremos que melhorar o acesso entre as cidades e entre elas e o planalto) para,” na última hora”, ainda ter que se preocupar com a hospedagem dos turistas.

Beto Mansur

Deputado Federal

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